Se eu fosse entrevistado pela Fernanda Young e ela me perguntasse o que me irritou essa semana, com certeza a minha resposta seria: A cobertura absurdamente alienada dada pela imprensa brasileira- especialmente a impressa, e mais especificamente pelas grandes revistas- sobre a decisão do governo de colocar o Estado como administrador das riquesas geradas pela exploração do recém descoberto petroleo do Pré-Sal.Só para dar um exemplo, vou citar alguns trechos do artigo do jornalista José Fucs, da Época:
"...Lula confunde os interesses da população e do Estado... Ele parece incapaz de imaginar que a geração de riqueza pode ser maior por meio da iniciativa privada. Também parece difícil para ele entender que o sistema de livre mercado fo aquele que, em toda a história humana, se mostrou o mais eficiente para estimular o aumento da produtividade e a inovação, fatores essenciais para promover a prosperidade das nações e do povo... Não há melhor exemplo para medir os benefícios da economia de mercado que a China... A qualidade de vida da sua população melhorou como nunca.
Na campanha de 2002, Lula e o PT conseguiram vender aos eleitores a ideia de que a privatização foi algo nocivo... Em 2006 o problema se repetiu."
São tantos pontos a debater. Quais são os interesses do povo? Que uma pequena minoria continue sempre sendo a detentora dos meios de produção enquanto a maioria esmagadora segue dia-a-dia na semi-escravidão para pagar as contas altíssimas de seus superiores? Essas são as vantagens do sistema privatizador do PSDB? Mais empregos de um salário mínimo?
Além disso, os argumentos dos direitistas fanáticos até são bonitinhos na teoria, mas se perdem completamente no campo da experiência prática da sociedade até então. Ou algúém realmente acredita que a vida dos chineses melhorou com a abertura do país para o comércio exterior? E nós nem precisamos ir até a China, afinal, será que eles acham que ninguém notou o paralelo que se iniciou com a entrada dos tucanos no poder? Enquanto a economia e a moeda se fortalecem, como ficaram as escolas públicas que outrora foram respeitadas e competitivas? Será que a vida do brasileiro realmente melhorou?
Não vou me deter a entrar em cada detalhe do assunto, mas só de ler esse tipo de opinião dos "Diogos Mainardis" da vida, já enche o meu coração de pena dos milhares de brasileiros que tiram com sufoco uma porcentagem do seu salário para investir na assinatura dessas revistas, acreditando inocentemente que assim, estarão melhorando como seres humanos, aprendendo a pensarem por si sós, e possibilitando uma subida na cruel pirâmide hierárquica da nossa sociedade.
